Interior sagrado / Fotografia (2009)

O sagrado e o profano, o de dentro do templo e o de fora dele se encontram em Serro em perfeito casamento. A interioridade sagrada de quem vive – o espírito, convive com o corpo que é o de fora – expressão no mundo. A sagrada interioridade é uma forma barroca de conceber o mundo. É um continuísmo barroco essa mania bela de definir o mundo entre fé e impiedade, entre amor e ódio, entre Deus e o diabo. Assim, a interioridade e a exterioridade vivem em pacto de sublime sabedoria: em Serro se sabe como comportar diante do sagrado e do profano. Há vários passos perdidos que acabam na porta do templo. Nós somos convidados a erguer o nosso templo que é a iluminação interior. Nosso olhar sobre o Serro é essa empolgação diante da interioridade ainda cultivada como sagrada em terras distantes de Minas Gerais. Parece que a vida em Serro gira em torno do espiritual e entrar nos templos é exercitar a entrada em si mesmo para descobrir que cada um é sagrado em suas razões e em sua liberdade. Somos iguais: buscamos o melhor para cada um de nós. Somos fraternais: não podemos percorrer o caminho de dentro apenas em solidão. Acompanhe nosso olhar fotográfico no caminho que vai do exterior para o interior sagrado.