Cor do tempo / Fotografia (2009)

O livro que agora sai publicado é resultado de um árduo trabalho de campo para coletar no Serro (em algumas imagens de Diamantina, em especial, a Gruta do Salitre). O treinamento do olhar para captar algumas informações que pudessem, posteriormente, ser levadas à compreensão do ato estético, ou seja, alterar a realidade banalizada do dia-a-dia em um olhar novo sobre a cidade. Capa – uma das imagens mais fortes que captei foi o interior de uma casa colonial pintada em amarelo e vermelho. Mas o tempo não se prende na cor, desbotada que fica com os anos. A cor do tempo está nas coisas eternizadas na fotografia. Epígrafes – Caetano Veloso é um poeta das cores. Na música Trem das cores ele ensina como a cor é importante para a construção da nossa realidade interior. Não à toa ele se tornou cineasta. Um bom poeta é sempre um bom fotógrafo. Sartre escreveu o livro A náusea para popularizar a filosofia existencialista. Eu me senti em vários momentos em angústia profunda diante do tempo que passa mas que se prende em cores na fotografia. A essência desse livro é demonstrar o tempo em sua materialidade: as coisas que ganham e perdem cor aos nossos olhos finitos.