Possessão

Do meu corpo não és posseiro

Sou livre sem rédeas como terreno selvagem

Sem arame farpado e sem bicho grileiro!

Voce não me pertence

Sou como Colombina, sem pierrô e Arlequim

Cresço livre sem que me arranques o cheiro dôce do alecrim

O amor é nonsense, sem nexo, surreal

Sobre o meu corpo ninguém vai pastar

Minhas árvores crescem pra cima com respeito ancestral...

Na maré cheia minha lua-nua, a que amo é colcheia...

Preciso do um amor buco-labial adentro do meu mar salino

É neste que me assento em quarto crescente e em semi colcheia...

De posse de meu amor não há prédios indivisos

Ninguem falsifica minha escritura

Posso não ser puta, mas ninguém me vende feito terra devoluta.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 10/02/2011
Código do texto: T2782837