Possessão
Do meu corpo não és posseiro
Sou livre sem rédeas como terreno selvagem
Sem arame farpado e sem bicho grileiro!
Voce não me pertence
Sou como Colombina, sem pierrô e Arlequim
Cresço livre sem que me arranques o cheiro dôce do alecrim
O amor é nonsense, sem nexo, surreal
Sobre o meu corpo ninguém vai pastar
Minhas árvores crescem pra cima com respeito ancestral...
Na maré cheia minha lua-nua, a que amo é colcheia...
Preciso do um amor buco-labial adentro do meu mar salino
É neste que me assento em quarto crescente e em semi colcheia...
De posse de meu amor não há prédios indivisos
Ninguem falsifica minha escritura
Posso não ser puta, mas ninguém me vende feito terra devoluta.