ANDARILHO
A inspiração vem de tudo...do nada
Perguntas com respostas caladas
Ao andarilho das palavras
Nada é mera bobagem
Através do vento faz sua viagem
Com causa...sem muita explicação.
Na sua caminhada
Entre os versos...e vazios
Vai consumindo e produzindo
As emoções em romaria...
Enterrando as ilusões
Sob o barro da poesia...
Canta como uma rouca cotovia...
Emaranhada ao amanhecer...
Beijando...Sugando...
As gotas do orvalho
Das sensações comandantes.
É errante
Mendiga amores
Ameniza as dores
Farrapos das estações...
Adoça as bocas malditas...
Mela a saudade inaudita
Roto dos veios maltratados
Que aflige os corações...
Foge do tempo...
Se perde no espaço
Recorre ao pensamento supremo...
Nas suas criações...
Deseja o sempre...
Permeia o talvez
Festeja o nunca
Como se a vida...
Não fosse acontecer
Usa o talvez como argila
Protege seus poréns
Passeia por verbos extremos
Nestes vais e vens...
Seus desejos insanos...
Sagrados ou profanos
Como fosse o último ser humano
De coitos contidos...ventando
Dos gozos sofridos...sem danos
Tua alma grita e reclama
Entre os sussurros inflamados
Pelos gemidos calados ou declarados
Exprimidos entre a prisão e a soltura
Êxtases inexplorados...
Fundido nas esperas
Rendido em todas as esferas...
Vigia das próprias agonias...
Aguarda as invasões dementes...
Abreviadas pela realidade
É carente de eternidade...
Refúgio da sua saudade...
Sem sofreguidão...
Solfeja latitudes
Amplia os braços
Na infinitude de qualquer amor...
Ébrio...louco
Rompe a escuridão
Com intensidade...bebe a loucura
Com ansiedade mergulha sua magnitude
Tão pura...na imensidão...
Pouco...ou muito...
Andarilho dos
Verbos...sedas...
Envereda nas palavras ...
De vida tão plenas...
E numa única voz...como labaredas...
Explode toda a sua emoção...
Enise/Hilde
Veja o poema em vídeo
http://br.youtube.com/watch?v=O9zxFSm8GmQ