SAUDADES DE UMA INCRÍVEL AMIGA (in memorium) (Marcelo Guido, Aline Baião)
196 - SAUDADES DE UMA INCRÍVEL AMIGA (ACRÓSTICO 14/00)
(poema in memorium)
DE: MARCELO GUIDO
& ALINE BAIÃO
EM: 12.OUT.2000 ÀS 19:03:34H
P/: ÍRIS
EM: CAMANDUCAIA/MG
HISTÓRICO: Um Dia das Crianças com estilo de “Finados” marcou toda minha mágoa e revolta interna por mais essa horrorosa fatalidade: Íris, uma fantástica e bondosa amiga, em 11/10/00, suicidou-se por envenenamento, sem razões aparentes e deixou-nos sem explicar o teor de sua inesperada e malquista partida. Mesmo com toda minha técnica, com todas as glórias e tendo na alma a crença num Deus Onipresente e Bondoso, não tive a capacidade de evitar a tragédia. Tal qual como Josmar, vitimou-se uma habitante do meu coração e a impotência foi a tônica desse desfecho. Dizer algo mais coeso? Difícil, sendo que apenas alguém que eu tanto prezo poderia me auxiliar. Somente Aline para me inclinar nesses momentos. Uns partem, outros permanecem e novos surgem do além: este é o ciclo da Vida que nem mesmos os mais aptos poetas podem compreender. Quanto mais nós então?
Somente um tempo far-me-á compreender
As atrocidades que o Destino consegue causar
Unindo vidas para, em seguida, as separar
Dividindo sonhos, sem ao menos avisar...
Assim, fere um coração que em si busca respostas, em vão
Desistindo após constatar a inutilidade da tarefa
Empreendendo força para as lágrimas enxugar e para se reerguer...
Depois que uma luz se vai distante, doravante inerte
Enlouquecendo uma alma pela angústia do rever jamais...
Íntegro: este coração ainda ora ao Pai Maior
Reverenciando-o, porém, sem análoga conformidade de outrora
Incapaz de analisar causas e não convencido das respostas que surgem
Sentindo nada mais que a dor: uma saudade que não irá me esquecer...