A Melodia Do Infinito
Observe as sombras na janela..
Braços melodiosos pairando por sobre o vento
Entorpecendo-me com a música de uma nova estação
Ou com a visão de uma nova música
Que toca em dissonância nos arredores desta alma vazia
Preenchendo de nada o vácuo que esse mesmo nada causou
E eu apenas permaneço em silêncio...
Retirando do silêncio essas notas sufocadas
Quem me vê assim tão lúcido, desconhece meus abismos
Eu nada lhes dou além de música e poesia
Empresto minha alma em troca de infinitude
Deixando que me levem, como pétalas no oceano
À deriva nesse mar de céu, nesse céu sem estrelas
Onde minhas mágoas deságuam sem direção
Eu disfarço-me de espaço, driblo o tempo, mas morro no tempo
E a areia enterra-me sem que eu diga mais nada...
Então minhas ilusões elevam-se ao infinito
E eu nunca imaginei ser esse tão perto
Tão dentro de mim...
E tão longe e infinito assim...
E apenas estes olhos céticos não puderam encontrar
A fé que brotava de cada simples lágrima
A fé que minha música nunca soube expressar...
(Por: Bia carvalho e Everton Cinelli)