CAIS DO ADEUS- Malu Otero/ Maria Thereza Neves

CAIS DO ADEUS

Malu Otero

Finda a jornada, outra vez o sol se esconde

Reencontros parcimoniosos, alguns ocultos

Denunciados só porque se ouvem ao longe

Risos estrondosos, que encobrem insultos

Revelam algo da tua estranha personalidade

Que chega aos portos e como numa mágica

Pinta de cores a fisionomia da infeliz cidade

Arrastada pela noite com sua história trágica

Quando o sol surge transmuta vil aço infame

Reluz a lâmina enérgica e ninguém percebe

Ladram os cães e os homens como enxame

Procuram, não se ouve risos, disso esquece

Partiu o barco, pés molhados e olhos secos

Adeus de novo, até o próximo porto e becos

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Assis - São Paulo - BRASIL

21/02/2007

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CAIS DO ADEUS

Maria Thereza Neves

Passos nas sombras ,nos escombros,

Armadilhas sempre ocultas tramando,

Sem pensar no peso doutros ombros,

Entre risos ,hipocrisias todos insultando.

Senhores do poder,navios em mares,

Açoitam peles ,vivos sangues jorram ,

Pouco importam correntes e arames ,

Ou devorados nos mastros amarram.

Pensam assim escrever a Historia ,

Desbravar oceanos, descobrir cantos,

Registrando-se heróis e maldita autoria.

O cais se despede dos renegados ,

Maltrapilhos desprovidos de pátrias ,

Sem marcas dos reais heróis afogados.

27/02/08

Juiz de Fora/MG/Brasil

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Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 27/02/2008
Reeditado em 29/01/2010
Código do texto: T877962