LUA ADVERSATIVA e APOR DA TAÇA

LUA ADVERSATIVA e APOR DA TAÇA

José Carlos Lopes e Sandra Ravanini

Não te vires, desmaiado rosto,

sementes estas que se prostram,

estrábicas visões que mostram

aromas árduos do seu mosto.

...contrário vislumbre, ó luar fosco;

germinando o crescente à casta

visão entorpecida que afasta

o desfalecimento oposto.

Transgride severa o tempo,

agora o fermento e a utopia,

a permuta falaz da alegria

que eterniza o juramento.

Atravessar o firmamento

em dor, utópico caminho

jurado à sanguê em tinto vinho,

lenço e alegria ou laço e tormento?

Não ouses, pois, notável palavra

quando ufana erguida a taça

instauras luz e adversidade.

Tanto mais disseram da escrava,

é quando sem nenhuma graça

virando a face a luz cegava.

Uma outra então felicidade

surge ciclo e canto recorrente

numa estria ávida de igual torrente.

Imagem da estátua devassa

fase demente que lavrava

os sulcos da lua apondo a taça...

28/08/2007