A ÍNDIA E O FORASTEIRO
A Índia e o Forasteiro
Era apenas um forasteiro chegando àquela cidade;
Mas o olhar da Índia seguiu todos os seus passos;
O coração daquela nativa já lhe alertava com palpitações anunciando a novidade;
Seus dias já não seriam as mesmices em devaneios escassos.
O recém chegado sabia que algo lhe chamava para ali;
Ele que sempre se viu destemido;
Que veio, viu e venceu tantos obstáculos, se fez vencedor muitas vezes, mas por outras vencido;
Por ora se permitia instrospecto, ao querer entender o que acontecia em torno de si.
Aquela índia atrevida;
Que bateu e apanhou tanto da vida;
Não conseguia com palavras dizer,
O quanto que o seu peito e todo o corpo queriam lhe convencer.
O moço simpático egresso da cidade grande;
Nos olhos daquela moça fitou;
Nascera a partir dali em diante;
O início de um intenso amor.
Ao se verem e ao se tocarem de baixo das estrelas e em torno do mar;
Um anjo os abençoou;
Lembrando-os que nas suas vidas teriam de desmanchar;
As algemas que carregavam de um tempo que não passou.
A cidade inteira até então só conhecia;
A mulher pacata e ordeira;
Que depois daquele dia seria;
Aquela desvairada, a perdida, sem eira nem beira.
Fujam dela mulheres honradas;
Apedrejam-na se possível for;
A adúltera deve ser excomungada;
Repetiam todos: merece a fogueira sem dó e com muita dor.
E a mulher nada disse, apenas fitou os seus algozes;
Com seus olhos, límpidos, brilhantes como lua cheia,
Ela preferiu esquecer os sons das vozes
E ouvir seu coração de forma altaneira.
E Eles... Um a um foram se calando, diante da altivez da índia morena
Que mesmo correndo riscos, ao se entregar ao forasteiro;
Nunca mais se sentiria pequena
Pois ao encontrar aquele homem, encontrou o amor verdadeiro.
Deram-se as mãos, e em meio à chuva que caia na terra,
Beijaram-se, abraçaram-se e pularam de alegria;
E o forasteiro que se chamava “Pedra”.
Tornou-se uma rocha para a índia... Todo dia.
Mas as algemas ainda permaneciam;
A lhes torturarem os seus destinos;
Teriam que ser fortes, se se mereciam;
Reacendendo todos os dias a chama daquele amor divino.
E no mundo percorreram
Rompendo barreiras com todo esplendor;
Viveram;
Lindos momentos tão poucos;
Momentos tão loucos;
De uma bela história de amor.
E no futuro naquela cidade ainda se ouvirá falar;
Da vida daqueles dois amantes;
Que venceram e pagaram as dívidas que tinham a resgatar;
Dessa vida e das de antes.
PEDRO FERREIRA SANTOS e ADILENE SANTOS
PETRUS E ADI (DUETO ESCRITO A QUATRO MÃOS)
31/01/2008
Da série :"Sinais de fogo" e das "Respostas ao teu chamado"