MUITA VIDA
( AO AMIGO GONÇALVES REIS!)
Adejam os pardais pelo quintal
Em vôos rasos sobre aquelas poças
Da chuva farta então de águas-moças
Que despencou do véu celestial
No redemoinho leve alvissareiro
As folhas secas farfalhavam nuas
O vento indecente impreciso e ligeiro
Levantava saias das meninas na rua...
O arvoredo dançava incauto e fremente
E abanava sua cabeleira verde contente
Configurando suas sombras pelo chão...
A alegria de viver de dentro da gente
Nasceu no sorriso que na boca freqüente
Diagnosticou muita vida no meu coração...
***
E essa alegria,então, em mim transborda
Quero mostrá-la ao povo - e a toda gente
Há muita vida - abundantemente
Cada botão de flor que agora acorda,
Nessa manhâ de terça-feira gorda,
Me mostra que é preciso ir em frente
E se uma tempestade vir, somente
Segurar sempre firme aquela corda
Que é feita de luz e esperança...
Pois cada dia vindo é uma criança
Vem belo e inocente e enfrenta lida
Assim vai demonstrando em cada tarde
Que não se pode ser nunca covarde
Há muito em cada um - sim muita vida
Arão Filho. São Luís-Ma, 23/01/2008
Gonçalves Reis São Paulo - S.P. 24/01/2008