BOSQUE DOS DESILUDIDOS
A noite prateava sua chuva discreta,
Na esquina do bosque dos desiludidos.
Com os olhos descrentes, me entrego às águas,
Prescrutando o ruído das mágoas intumescidas.
Arfando o ar em desespero,
Anelo a falta dos lábios teus.
Desestabilizo minhas próprias sinapses,
Porquanto a alma ressoa a iminência do adeus...
No verso livre, sem qualquer pretensão,
Em tom melódico ofereço singela despedida,
Regida pela ilusão da selva de espelhos.
Feição encoberta pela fantasia sem máscara,
Imutável saudade, não consola ou afaga,
Aquieta, ingênua, meus sentimentos revelhos.