Artesão
Calejados dias entalham o êxito,
O tempo impávido parece se arrastar,
O eco das vivências, cobrem as paredes do caminho,
tal cortina de heras e alamandas, a esconder,
entre os vãos, pequenos ninhos,
erguendo o desvalido, o faz lembrar
dos dias que pensava não ser e era,
das noites insones, em triste vagar,
mas, que aos poucos, num insistente esperançar,
como neblina se dissipando suave,
abria-se um dia claro,
onde se permitia sonhar
Com um passo pra trás o hábil artesão,
deixando o formão, se põe a olhar,
feita de um toco, sua obra de arte,
e as lascas de si espalhadas no chão.