AMOR SELVAGEM

Era platônico...

E era tão lindo!

Os campos,

A relva úmida,

As flores

Olhares de soslaio...

O toque das mãos

Através da vidraça...

Sinais,

Sorrisos,

Os vaivéns de beijos...

O piquenique,

A toalha sobre o relvado,

A cesta de quitandas...

As sombras das árvores,

Os trinados dos pássaros...

O volitar das borboletas...

O encontro,

As mãos entrelaçadas,

O toque ousado e sutil

Dos pés por sob a mesa...

Velas, cristais, vinho e sobremesa...

Rompem-se as tramas das sedas,

Transbordam as taças... (Maria Goreti Rocha)

O desejo...

Os corpos suados, calientes

Se enroscam como no cio as serpentes

Se acariciam por inteiro...

Sugam os poros, a respiração

Aceleram as batidas do coração

Se amam como dois selvagens animais

Os olhos

explodem num brilho estelar!

Os gritos...como de um lobo

Defloram os ouvidos

Fazem perder os sentidos..

Fazem ir aos céus e voltar

E aí, no auge do êxtase, do deleite,

Alimentam-se o corpo, a alma

com o leite do prazer! (Benvinda Palma - Bemtevi)

©Maria Goreti Rocha & ©Benvinda Palma

Maria Goreti Rocha
Enviado por Maria Goreti Rocha em 20/01/2008
Código do texto: T825404
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