Mortalha Cintilante

Voz da Melancolia

Nas sinuosidades do crepúsculo, ressoa minha voz,

Amortalhada em pergaminhos de angústias arcaicas;

Onde sombras de epifanias jazem, lacônicas,

E os ecos perambulam por fendas sísmicas.

Voz da Esperança

Por sob o céu que brilha em cintilações esquivas,

Minha alma anseia por ressurreições inauditas;

Abraço a incerteza com vigor e zelo,

Sorvendo o inebriante perfume do possível.

Voz da Melancolia

Oh, entre corredores de mármore e estatuárias mudas,

O espírito vagueia por lamentos lapidares;

As notas trágicas das horas soterradas

Sussurram um luto que a eternidade afaga.

Voz da Esperança

No entanto, dos vitrais de madrugadas impolutas

Surge o clarão diáfano da aurora vindoura;

Onde promessas hialinas se entrelaçam em filigranas,

E o verbo hesitante renasce em cânticos límpidos.

Vozes em Diálogo

Entre o vórtice de pesar e o fôlego da renovação,

Ergue-se a verdade, matriz de contradições inatas;

O verso é abismo e cume, silêncio e revelação,

Mas entre cinzas e clarões, tecemos a redenção.

Jhonnathan Pereira
Enviado por Jhonnathan Pereira em 16/11/2024
Código do texto: T8198123
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