Libra

Vida:

Nasci em um campo de flores, luz e cor,

Com o sol que brilha e aquece o amor,

Cada dia uma nova canção a cantar,

Sorrindo, dançando, no mundo a vibrar.

Morte:

Eu sou o fim inevitável do caminho,

Sombra que vem devagarinho,

Silêncio profundo, o último suspiro,

No vazio eterno, onde tudo retiro.

Vida:

Mas em mim há risos, há esperança,

O abraço terno de uma criança,

A chuva suave, o vento que passa,

O sonho que sempre nos enlaça.

Morte:

Eu trago o descanso, a paz tão desejada,

Após a jornada, a alma é libertada,

O fim de todas as dores e lutas,

No meu abraço, as tristezas são mutas.

Vida:

Sem mim, não há começo, não há história,

Sou o palco onde se desenrola a glória,

O pulsar incessante, a chama que arde,

A promessa de um novo alvorecer, tarde.

Morte:

E sem mim, não há fim, não há conclusão,

Sou a certeza, a derradeira razão,

O círculo se fecha, e no meu abraço,

A vida renasce, em eterno compasso.

Vida e Morte:

Juntas, dançamos, um balé sem fim,

Sou começo, és o fim, somos assim,

Num ciclo eterno, em perfeita harmonia,

A dança da vida, a melodia da partida.