Um dia de outono
Um triste dia frio de outono,
Que mal chegou, já mostra o caminho:
Tange o calor das barbas do El Niño,
Pra lá onde Morfeu caiu no sono.
Meu coração, tal como um cão sem dono,
Lambe o pulsar da dor duma saudade,
Enquanto a poesia se evade,
Prá lá onde Morfeu perdeu o sono.
Uma garoa úmida e fria,
Torna a manhã ainda mais sombria,
Aos olhos de quem busca inspiração.
Então, eu me abraço à Poesia,
Enquanto uma nuvem, que desfia,
Tange os versos do outono pro verão.
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A
Solano Brum
A tarde é alegre; presente de Verão!
Uns olhos verdes vão beirando o mar!
Pés descalços; vara de pescar à mão,
Como quem quer aproveitar o preamar!
O vento vai raspando nos coqueiros;
O peixe vem no anzol da pescadora!
Há barcos com recursos pesqueiros...
O sol se perde pelos espaços em fora!
A menina olha com seus olhos verdes;
A areia fina desliza sob seus pés
Nesse momento como tardes Outonais!
A inspiração, chega sem fazer alardes
No crespar das ondas do seu vai e vêm
E aqueles olhos verdes, não os vejo mais!