CHUVA  DE PALAVRAS

Chove poesia fina, miúda,
em palavras que a mente não estuda,
quase fria, quase querendo aliviar
o peso do céu no meu pensar.
Chove as coisas todas que eu te disse...
Poesia de verdade (e alguma doidice...)
Chove hoje, a tolice de querer ser tua chuva
a refrescar-te do cansaço. Além da curva
chove, e eu corro...
E por teu corpo escorro em palavras.
Chove, e eu quase morro no mesmo lugar,
tão seco é esse solo a me tragar.
O céu da boca me espanta,
estrelas, as palavras na garganta
têm poesia cadente...
E,  verso que se faz presente,
olhos de chuva, neste céu nublado,
enviam raios de significado.

Semblante apaixonado,contemplo em mim:
eu, você, a chuva, a palavra sim...

LuciAne
Bartira