Dueto com Florbela Espanca
Sem remédio
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou
Não sabem que passou, um dia, a Dor
à minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e aonde vou! FLORBELA ESPANCA
Oh, amiga estimada!
Compreendo o que escreves e sentes
Te falo, sinto tamanha semelhança entre nós
Feito tormenta que não cessa, que nos arranca a pele...
Ando perdida entre uma multidão que assusta
Há um grande pavor aqui dentro
Não imaginam nossas dores...
Apenas passam por nós, sem nos ver;
É gritante o que sentimos
Em minha porta a dor entrou e fez morada
Mesmo não querendo, ela entrou sem permissão... ISABEL TÂNIS CARDOSO
Sou fã de Florbela, amo seus versos...
Sinto-me honrada de ter tido a ideia de fazer duetos com ela.