Veracidade
dos prazeres que a vida oferece
- e são tantos, meu Deus, que quase me perco -
poemar é o que me apetece
poemar me retira de um cerco
vivia em cercanias, sufocado e sem razão
- mas nunca aceitei a redoma –
sempre soube que o poema
é a liberdade fluindo entre os dedos da mão
e por saber, voo pleno em atrevimento
com as asas compradas do tempo
em que os outros desconheciam
esta minha vontade veraz
acabei por descobrir que, sim, posso ser livre
sem amarras, sem grilhões
do poemar que a vida me deu
vez em quando até faço canções
.
Lena Ferreira/Marçal Filho
Rio/Minas em 29/01/2024