SOLIDÃO

 

Solidão, que fere e afaga

Consola e reprime

Acalanta, um pouco espanca

Invoca, evoca, sufoca

Necessária, temerária…

 

No entanto, é pena que acaricia

A alma do poeta que vela

No silêncio que traz o verso

Preciso, incisivo, ainda

que as vezes controverso.

 

Solidão é bicho que morde

Depois assopra, anestesia

A brisa que sopra, calada

Ondas do mar que vão e vem

… Amores ausentes

 

Sacrilégio impenitente.

Solidão, indigente

Solidão indulgente

Solidão carente e convergente

Solidão autoritária

E também solidária

Ainda assim pertinente

Condizente

Triste é o vazio