Dueto com FLORBELA ESPANCA
Que heroínas somos nós às vezes! E que covardes!... Esmagam-nos e nós rimos; fazem-nos desgraças e nós cantamos! Mas que risos... mas que canções! Risos que são lágrimas, canções que são soluços... e os olhos húmidos são para o mundo olhos que falam de amor, e as boas contraídas são, para todos, bocas que riem às gargalhadas! E assim se escreve a história... e assim decorre a vida... FLORBELA ESPANCA
Onde mora esse heroísmo de que falas?
Vivo dentro da minha covardia, onde falo e depois silencio por não ver
motivos pra falar...
Meu riso, esconde tantas angústias
Já nem consigo debulhar meu pranto, então escondo-me
Percebo que o mundo vive de risos, gargalhadas falsas,
vivem como se estivessem em um parque de diversão, sem limites
todos tentando anestesiar suas dores
E são tantas as suas dores...
Olhe nos olhos, bem dentro dos olhos e perceberás quantos sofrimentos
Mas, é assim que o mundo tornou-se... e assim decorre a vida! Isabel Tânis Cardoso