SOBRE BLUES, SÓIS E LUARES
quando o sol
só
reluz na manhã fria,
meu peito procura o que lhe agasalha.
apesar de nós
pinta o novo dia,
cai sem dó um blues
feito vã mortalha...
e a senda segue
tal trem sobre o trilho.
são manhãs tais como as demais,
cheias de fastio, do cansaço da lida
e mesmo assim,somos felizes
apesar da presença do corvo,
trancendemos nossos ais
perpetuamos a vida.
e a tarde se perdia
bifurcosa,
torta linha de carretel que debica,
solta e viva, nossa pipa traquina.
quando a tarde cristalina tinge de azul
céu e piscina.
liberdade anilada
inocência menina.
porque a poesia é amor
mas também é dor que escorre
dos olhos castanhos de folha
... Uma nota da canção que faz chorar.
nem todo entardecer é azul,
nem todo preto pode cantar um blues,
a vida as vezes é dura, meu bem...
e talvez hoje a boca seque o beijo.
Hoje não tem luar.
Dueto
Elisa Salles e
Fernando Martins Lara