Faz silêncio no rio,
floresta úmida e fria,
do meu ser.
Ruidosa alma, encerrada
num corpo mudo.
Um silêncio que grita,
escondido na vegetação
do rio a fluir...
A floresta tem seus encantos,
um pássaro que canta,
o pio da coruja, um galho que quebra...
São ruídos do meu silêncio...
Imóvel e sofrido ser.
Sorrateiramente, pés descalços,
nenhum som.
Abstenho-me do barulho...
A floresta grita,
numa alma que não se cala... presa fácil,
para um corpo sedento
de vida...
Jogo pedras no rio, versos que insistem
brotar do negrume do céu ,
uma estrela cadente, fria, silenciosa.
Passos miúdos por entre a terra úmida.
Floresta da minha resistência...
Em fluir, em versejar, em ter amado um dia.
O ruído do silêncio,taciturno,
escrito a sangue,
bebe algumas gotas,
da nascente, onde surge o dia... amanhece.
Noite eu fui um dia,
Renascida na manhã fria,
Calada e muda...
Mas tenho todos os sonhos...
Ruidosas pegada sobre folhas...
Ainda existo.
Ana Lago de Luz
SILENCIA-ME
A natureza cerca-me com vidas,
Que num grande todo me silencia,
Pra minh' alma sentir-se percebida,
No ambiente que adentrou vazia...
Um silêncio ruidoso,
Tem um "Q" de poderoso,
Nas mensagens que são ditas,
Usando a telepatia,
A natureza cerca-me com vidas,
Que num grande todo me silencia...