Na manhã fria ,

Chega a praia deserta,

Pronto para o mar.

Sua existência. 

Lança o barco no mar,

Desbrava as ondas,

Sem nem pensar..

Vai pescador!

Peixe grande buscar,

Joga o anzol,

Desafia a profundeza,

As corretenzas, o mistério oculto que é  o mar, devassidão...

Nesta busca incansável,

Que é  a vida,

Ser pescador de ilusões, 

Ser o próprio mar...

O peixe a buscar...

Ser navegante do destino... principio .

E ainda ser rochedos,

A desbravar! 

 

 

 

Ana Lago de Luz

 

 

 

 

QUANDO PESCADOR

 

 

Quis no mar aberto morando sobre balsas, 

Um dia, pescar poemas, com ventos leves.

Acertei meu alvo como ninguém se atreve.

Numa dança divina entre as ondas e valsas.

 

Dominado no espírito, e o céu por regente,

Orava todos os dias, antes de lançar a rede. 

Pegava água na chuva, pois o saber dá sede.

E anotava poesias, que ouvia do Sol poente.

 

Soltava os filhotes, preservando o cardume.

Cantava com gaivotas a música da natureza.

Assistia nascer o dia, pra pintar toda beleza...

 

Dormia ao ar livre, protegido pelo perfume, 

Oriundo de bolhas geradas nas profundezas.

Relembrava amores com portes de princesa... 

 

 

(Reedição)

 

                                            Jaco Filho