Efêmero

...e os passados se chocaram e assistiram as sombras engolirem as vidas que perambulavam sem rumo pela via crucis de asfalto rachado e outdoors com propagandas de filmes de Tarantino e art pop.ink.

É como uma virose, um fluxo incessante e interrupto se projetando na paisagem cinzenta das metrópoles efêmeras.

Um movimento multiforme desgovernado que pulsa,

que corre nas veias,

que nasce,

que morre...

Algo sombrio encobre nossas entranhas enquanto tentamos engolir o mundo com um trago daquela amargura já cantada.

Estilhaços disparam na mente mundana e atroz, com a mesma velocidade das paixões efêmeras e de bala de canhões que explodem nos escombros do subconsciente em território inimigo.

Será que ainda vale a pena lutar ?

A estrada é longa e deserta...

Injeto um blues na veia na beira do caos de topografia árida, enquanto bebo um café amargo e entrego meus pulsos em navalha afiada e impiedosa.

A fotografia é linda, percebe?

E minha boca é de ressaca...

Cerro meus olhos na dança das horas onde o relógio faz tic tac e o sino da igreja anuncia o dia que nunca deveria ter sido.

Sangue quente jorrado no passado e presente.

O futuro é escrito a lápis

Nascer ou morrer já não importa mais...

Somos o fruto do pecado de uma divindade que se diz perfeita!

Tim Soares e Larissa Vaz
Enviado por Tim Soares em 20/01/2023
Reeditado em 01/02/2023
Código do texto: T7699744
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