Diálogo com o Mar

POETA:

Meu amigo Mar, que tanto estimo!

Norteia-me como as ondas ao vento,

Diga-me, sob meu imenso tormento,

Naufragado em amplitude desatino!

MAR:

Amigo poeta, digo-te em trato fino,

Se é amor, quando uma vez perdido,

Não há ondas, ventos ou mar afligido,

Que trará de volta a obra do destino!

POETA:

Querias saber se há ressurgimento,

De um amor emerso, em paulatino,

Se as ondas trazem ao apelo grã-fino,

Algo que se foi nesse píer turvento?

MAR:

Satisfaça-se caminhar sobre a areia,

Olhar para a imensidão do infinito...

E nesse amor que se foi, incógnito,

Tente novo amor, com outra sereia!

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 19/01/2023
Reeditado em 01/03/2023
Código do texto: T7698897
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