Diálogo com o Mar
POETA:
Meu amigo Mar, que tanto estimo!
Norteia-me como as ondas ao vento,
Diga-me, sob meu imenso tormento,
Naufragado em amplitude desatino!
MAR:
Amigo poeta, digo-te em trato fino,
Se é amor, quando uma vez perdido,
Não há ondas, ventos ou mar afligido,
Que trará de volta a obra do destino!
POETA:
Querias saber se há ressurgimento,
De um amor emerso, em paulatino,
Se as ondas trazem ao apelo grã-fino,
Algo que se foi nesse píer turvento?
MAR:
Satisfaça-se caminhar sobre a areia,
Olhar para a imensidão do infinito...
E nesse amor que se foi, incógnito,
Tente novo amor, com outra sereia!