VESTIDO DE CHITA
Vestido de Chita.
Hoje acendi um cigarro
Divagações evasivas povoaram-me
[ a mente].
Encontrei a Palavra solta que
[ amo]
Toda enfeitada num vestido azul
[de chita estampada]
Decorada com róseos florais
Um vestido de chita de rara
[beleza]
De algodão criado na natureza.
Ou seria melhor o verde-rosa
Feito de papel machê?
De uma graça tão sutil
Tão singular!
De infinita leveza.
Na sua humildade sem par
Desfilava cheia de graça
Em passarelas iluminadas
Montadas no meio da praça
Aprendi que não adianta o vestido
morto que deprime, sem nexo que anseia.
A beleza da menina faz do vestido
um verso em construção na procura do Infinito.
Largou o papel, vestiu de chita
E saiu toda matreira
Sem saber que era bonita
Sem perceber que era faceira!
Poeta dos Ermos (Guto), KyriadaLua (Imaculada Catarina), Qi_Paz (Fernando Páscoa), Conchinha (Maria Badalassi)