Ensaio sobre o TUDO e o NADA
Eu que de tão e tanto e muito
E as vezes nem tanto
E as vezes tão pouco
E vez em quando nada
E tão vazio de tudo
E tão cheio de nada
Procuro a fina ameaça
Onde nasce meu sol
No ouro dos teus cabelos
No vão das minhas mãos vazias
No eixo do teu tudo
No lamento do meu uivo
Entre tuas pernas de armadilha fácil
Em teu ângulo certo de quatro
Céu e inferno
Fragmentos
No vazio em delírio
Só o avesso
Do todo
Do nada
E a tua pintura a ferir-me a alma sedenta de tudo
Verão e inverno
Firmamentos
Sutil colírio
Encontro a doce trapaça
Onde surge tua lua
E a noite dos teus olhos
No alvo derradeiro da minha boca
No ângulo das tuas metades
E o que nos quebra em duas cidades
Entre teus pés em dança ágil
No que comunga um novo pacto