Ensaio sobre o TUDO e o NADA

Eu que de tão e tanto e muito

E as vezes nem tanto

E as vezes tão pouco

E vez em quando nada

E tão vazio de tudo

E tão cheio de nada

Procuro a fina ameaça

Onde nasce meu sol

No ouro dos teus cabelos

No vão das minhas mãos vazias

No eixo do teu tudo

No lamento do meu uivo

Entre tuas pernas de armadilha fácil

Em teu ângulo certo de quatro

Céu e inferno

Fragmentos

No vazio em delírio

Só o avesso

Do todo

Do nada

E a tua pintura a ferir-me a alma sedenta de tudo

Verão e inverno

Firmamentos

Sutil colírio

Encontro a doce trapaça

Onde surge tua lua

E a noite dos teus olhos

No alvo derradeiro da minha boca

No ângulo das tuas metades

E o que nos quebra em duas cidades

Entre teus pés em dança ágil

No que comunga um novo pacto

Tim Soares e Larissa Vaz
Enviado por Tim Soares em 18/10/2022
Reeditado em 05/12/2022
Código do texto: T7630235
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