ESPERAR; PARTIR; CHEGAR
Nesta vida haverá de ter sempre alguém esperando,
alguém partindo, alguém chegando...
E aqui estou eu nestas ausências, sem você...
Esse alguém,
mora nas reticências,
e nos intervalos,
aí é sempre ausência...
Mais que isso, porque,
as reticências de meus versos...
São as consoantes e vogais,
de seu nome que não posso revelar...
Os intervalos são o tic-tac, do tempo,
que incessantes e vorazes,
martelam minha mente...
Na verdade,
ela não mora em lugar algum...
Ela é a própria vida,
que me sorri todos os dias...
Ao despertar de um sonho,
mesmo sem dormir...
Ela é o Sol...
Que aquece minha face triste,
ao abrir minha janela...
É a própria Lua,
que espia indiscreta...
Meu corpo despido em minha cama,
em convulsões a esperar por ela...
Ela é ar que respiro...
Úmido e salgado...
Com o gosto e cheiro de seu sexo,
tal qual, naquelas noites frenéticas de amor...
Ela é e está em tudo...
O que pensei ter pra mim um dia,
era ela sim, tudo que queria...
E me chegou inesperadamente...
Me ganhou de corpo e alma...
E agora vive em mim,
que a transbordo em poesia...
Pois é lá sua morada, no poema,
onde a posso tocar, hoje, amanhã...
Sempre...
Enquanto ela,
me quiser sorrir...
Ou talvez, a vida...
Bene & Leni Collares
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