LEMBRANÇAS DE NÓS DOIS

 

Lá fora

A chuva fina

O vento cortante

A neblina encobrindo

A fria manhã de inverno

Dentro do peito

O calor do amor

A saudade apertando

A alma vazia

A esperança gritante...

Você

Meu céu

Meu inferno...

 

Sol Estelar

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CHORANDO COM A CHUVA

 

Já algum tempo, durmo na sala...

Um colchonete estreito, raso...

Tv ligada, a insônia companheira inseparável...

Em nosso quarto, a cama vazia, desarrumada...

Travesseiros espalhados, e no lençol,

400 fios impregnados...

Pelo suor de nossos corpos, e o cheiro da libido,

no êxtase de nosso prazer...

Única lembrança intocável,

que preservo da nossa ultima noite de amor...

Nossa cama, desarrumada...

Onde sua lingerie vermelha,

ali ainda preserva sua fragrância intima...

A minha predileta, confundindo-se ao aroma de,

"Eau de Lingerie de Guerlain",

que usavas sutilmente...

Aquela noite para mim nunca terminou,

algo ficou inacabado, pois acordei sem teu sorriso...

Não vi o brilho de teus olhos negros (....),

nem seu beijo de bom dia...

Sequer um bilhete, uma palavra que explicasse,

uma razão pela qual partistes...

Se soubesses como estou,

sem entender o porquê desta fuga, se éramos felizes...

Ou será que apenas eu era feliz?

Que todo aquele tempo vivido,

encenastes apenas para me fazer feliz?

Quero acreditar que não, que você também era feliz,

pois sentia teus olhos brilharem ao me ver chegar...

Sentia que me amava pelo jeito de me abraçar,

de se entregar a meus desejos,

pelas carícias ofertadas, pelo jeito gostoso de fazer amor,

naquelas noites de inverno no tapete da sala...

Ali em frente a lareira acesa,

e depois de uma ou duas taças de vinho...

Lembra daquela noite que chovia ?

Desenhávamos nossos corações na vidraça da janela da sala,

embaçada pelo calor de nossa respiração,

enquanto olhávamos as gotas da chuva salpicarem pelo lado de fora?

Hoje sozinho nesta mesma janela, desenho apenas o teu coração,

pois o meu está em pedaços dentro do peito,

mal consegue bater sua própria sobrevivência...

E lá fora chove intensamente,

enquanto uma lágrima rola solitária em meu rosto...

Choro com a chuva, e ela parece entender a falta que me faz...

E as gotas da chuva escorrem na vidraça,

como lágrimas de chuva, por tua ausência...

Então querida..!

Esta dúvida vai dissipando com o tempo...

Onde foi que errei ?

Entrastes na minha vida, ou entrei na tua?

Estou confuso, não sei..!

Nem mesmo sei se quero que voltes...

Não quero amar uma outra mulher...

Como e na mesma intensidade que te amei..!

 

Bene

Benedito Oliveira e Sol Estelar
Enviado por Benedito Oliveira em 30/09/2022
Código do texto: T7617346
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