LOUCURA

 

Escrever-te... Escrever-te...

E te ler é como te ter...

O vento soa na fúria da minha fuga

e cruza o soltar do meu grito...

Preso na garganta, solta-me para o mundo

cheio de orgasmos e sons no bailado das palavras!...

 

No delírio de corpos, são néctar nos lençóis de linho

que cruza o cavalgar dos ventos

na linguagem da minha nudez!...

Teus lábios

Chamam por mim a várias horas do dia...

Ler-te nos ventos incertos...

Venero e desnudo sonhos...

Degustando o sabor que preciso, sentindo o teu delírio

e gemido, inspira e inunda alma nua aos sons da lua!...

Provei pingos da chuva sugando o desejo

de uma tempestade com o sol...

Mar...

Oxigénio do amor...

Espreguiçar no teu abraço o céu abre-se...

No cintilar...

A lua é minha e tua...

 

Sou prisioneira

Do teu peito

No banco da loucura

Meus sentimentos são a tua praia e cruza

a luz do sol em areia escaldante e nas ondas

é espuma abundante!...

 

... Escrever-te... Escrever-te...

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Ler-te assim,

saboreando tuas palavras nuas,

contemplando sua imagem espojada na cama...

vestida de Lua...

É enlouquecer mergulhando em desejos,

insanos e insaciáveis...

porque estás tão distante,

fora do alcance de mãos, ávidas em tocar-te,

a pele do corpo e da alma...

mas que te acariciam com a volúpia do olhar...

Ah, Mulher...

ler-te assim ainda vai me curar...

desta sanidade de te querer...

de te amar...

porque antes a loucura, que morrer...

na lucidez deste pensar...

 

Bene

Benedito Oliveira e Kká Pinheiro
Enviado por Benedito Oliveira em 03/04/2022
Código do texto: T7486946
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