LOUCURA
Escrever-te... Escrever-te...
E te ler é como te ter...
O vento soa na fúria da minha fuga
e cruza o soltar do meu grito...
Preso na garganta, solta-me para o mundo
cheio de orgasmos e sons no bailado das palavras!...
No delírio de corpos, são néctar nos lençóis de linho
que cruza o cavalgar dos ventos
na linguagem da minha nudez!...
Teus lábios
Chamam por mim a várias horas do dia...
Ler-te nos ventos incertos...
Venero e desnudo sonhos...
Degustando o sabor que preciso, sentindo o teu delírio
e gemido, inspira e inunda alma nua aos sons da lua!...
Provei pingos da chuva sugando o desejo
de uma tempestade com o sol...
Mar...
Oxigénio do amor...
Espreguiçar no teu abraço o céu abre-se...
No cintilar...
A lua é minha e tua...
Sou prisioneira
Do teu peito
No banco da loucura
Meus sentimentos são a tua praia e cruza
a luz do sol em areia escaldante e nas ondas
é espuma abundante!...
... Escrever-te... Escrever-te...
-----------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------
Ler-te assim,
saboreando tuas palavras nuas,
contemplando sua imagem espojada na cama...
vestida de Lua...
É enlouquecer mergulhando em desejos,
insanos e insaciáveis...
porque estás tão distante,
fora do alcance de mãos, ávidas em tocar-te,
a pele do corpo e da alma...
mas que te acariciam com a volúpia do olhar...
Ah, Mulher...
ler-te assim ainda vai me curar...
desta sanidade de te querer...
de te amar...
porque antes a loucura, que morrer...
na lucidez deste pensar...
Bene