Adormecida
Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
Castro Alves
Tinha a face serena, delicada
Meu coração batia fortemente
Ao seu lado olhando-a, eu sonhava
E vi seus lábios tremerem levemente.
Mayra Luz
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.
Castro Alves
A brisa trazia um perfume delicado,
No céu nuvens brancas qual neblina
Onde pássaros voavam agitados
Sobre seu rosto de mulher, quase menina.
Mayra Luz
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Castro Alves
Com flores lilases perfumadas.
Balançando devagar se aproximava.
Ela, ao sentir na face a carícia, esboçava um sorriso.
Por certo, com um grande amor sonhava.
Mayra Luz