ENGARRAFADA
Ergo a taça para brindar / e o escurinho me assanhou
Baco em Roma instalou / o que é bom a beira mar
E aqui tudo veio calar / e ninguém amarelou
Proibido fruto calou / no ambiente e em todo o ar
Seu culto todo persiste / espero em si esperando
Em belas uvas européias / aquele momento belo
Numa história toda triste / mas em flores que desvendo
Em tão caladas azaléias / há o perfume por que apelo
Ao ninho todo saber / que dos seus pelos desliza
Se a velhice predomina / é bebida colorida
Sugerida num só vapor / que as horas harmonizam
Ainda olhos de menina / como a noite 🌃 é infinita
Demasiado peso seria / numa espera de milênios
Para brindar único amor / ter o tempo tão sem tempo
Correr com tanta euforia / transformando os próprios gênios
Em taças de longo calor / para sermos nosso elenco
Luiza De Marillac Bessa Luna Michel
Miguel Eduardo Gonçalves * in memórian*