Por onde os sonhos caminham
Ela costurava versos
Por todos os lados adornava as dores com poesia
Os pássaros cantavam acordando o dia
E a pele ainda dormia entre retalhos de sonhos
As horas vendavam os olhos esquecendo do tempo
Despedindo-se das demoras
O talvez esquecido pelos corredores da noite
A insonia vibrando nos cômodos da alma
O silêncio cobrindo-se do manto da solidão.
Eram sonhos alinhavados na alma
Debatendo-se no compasso das horas
O novo dia clamava por existir e ela demorava-se um pouco mais na magia que a noite trazia.
Onde os sonhos insones passeavam por entre os cantos obscuros das suas memórias, correndo e brincando de serem livres, sem medos, sem limites...
Banhavam-se sob a benção da lua imponente no céu, e brilhavam cirandando de mãos dadas às constelações.
Sob o manto da noite, ela sentia a plenitude em seu peito, os olhos cerrados na esperança de reter na retina, seus sonhos em retalhos.