O chamado
Doce amiga o que se passa?
Teu dia perdeu a graça?
Vi tristeza em teu semblante
o que aflige a alma dantes?
Perdoa ser invasiva
Te convidar para a missa
Pois sofro junto contigo
E penso: amigos são nosso abrigo.
Os olhos são janelas da alma
Dizem e isso é verdade
Revelam o que nos machuca
Demonstram a felicidade
Olhos que sofrem, sem brilho
Escuros, tristes, furtivos
Os que a alegria revelam
Tem sol de domingo em si
Ambos encerram cenários
Da paz que encontro em ti.
Não é invasivo o seu convite
Pois sinto nele um chamado
Do amor de meu Deus amado
Que nunca desta filha desiste
Desde minha mocidade insiste
Seu fogo santo me abrasa
Embora machuquei minha asa
Nas terras que por aí andei
Mas eu não me acostumei
Careço de voltar a Sua casa.
Ainda eu te respondo
O que aflige minha alma
O que me revolve a calma
Do teu abraço me escondo
N prática a vejo lidando
Com a criança que fui um dia
Às vezes vem a nostalgia
Que furta do meu olhar o brilho
Emoções vem como gatilho
Recolhendo minha alegria.
A criança do meu passado
Não podia sequer chorar
Se não sabia separar
Sentimento mais elevado
Se não fosse certo era pecado
Guardava e se reprimia
Não é como hoje em dia
Tem trato a complexidade
Guardei a minha verdade
Porque em mim não cabia.
As Evelyns que na escola choram
São Lúcia que atrás não chorou
Ou nunca uma Socorro encontrou
Que acolhesse como essa agora
Lembrança hoje vem e aflora
Mas não quero preocupar
Eu tenho vidas para amar
Se vão passar o que passei?
De uma certeza eu sei
“Socorro” em mim vão achar.
Tua infância te fez forte
Guarda as lembranças sadias
Esquece o que te afligia
Busca os afagos da mãe
Os brinquedos da alegria
Conserva a criança feliz
Do Pai, o bem que te quis
Pois foste criada para sorrir
Rogo sempre a Deus que plante
Onde sempre possa florir.