BELA ITÁLIA
Itália deslumbrante, território fantástico,
nas telas de Michelangelo debruço-me por instantes
— renascimento vibrante, pincelar mágico —
a contrastar nas noites de danças extasiantes.
Itália de tardes adocicadas nas ilhas paradisíacas
aroma sacro que se estende por um céu de fantasias;
eleva-se na exuberância de estrelas fantásticas
a melodia, um doce canto das ricas cantinas frias.
Lá cintilam noites brancas e aquecem-nos vinhos quentes,
o amor decifra-se sutilmente até a aurora de ouro
— ao vapor das gôndolas que deslizam suavemente,
por águas plácidas que escondem intocáveis tesouros.
Ah, Toscana de paisagens estonteantes, inigualáveis
medievais são tuas cidades, com pôr do sol exuberante
é a Itália acolhendo arte com obras incomparáveis,
ostentoso cenário, trazendo inspirações radiantes.
Sim! Das alturas soberbas dos belos vinhedos
onde toca o sol frio, às vezes incandescente
sonhos de luz na mente, por tão belo arvoredo
sombra de terno suspirar, em solo imponente.
(Verdana Verdannis)
Oh, brancas montanhas dessa amada terra
mil louvores mereceis e mil poemas
pois, escudando as regiões extremas,
a pátria defendestes da invasão e da guerra.
Os lagos que doces enfeitam os prados
parecem os olhos de belas donzelas
e nessa nação de muitas favelas
os seus habitantes se sentem honrados.
Cem rios gentis que nos mares deságuam
são pelas lavras artérias e veias
e muitas cidades irmãs europeias
tanta uberdade admiram e cultuam.
A ínclita Sicília foi nobre testemunha,
das gestas de Eneias que veio de remo,
daquelas de Ulisses que cegou Polifemo
e do herói que caçou quem à justiça se opunha [1].
A cidade das águas [2] e aquela da flor [3]
— que sempre reluzem na nossa memória
com lindas histórias ricas de glória —
hoje as cantamos com carinho e amor.
(Richard Foxe)
[1] Garibaldi, em 1860, caçou Francisco II rei de Nápoles
[2] Veneza
[3] Florença