VERÃO, INVERNO, PRIMAVERA E OUTONO

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O sol sonso cujo brilho inda persiste

e espalhava seus enganos sem pudor

de miragens foi possante regedor:

— ah, verão por que tão tu me mentiste?

Não sabias que, inditoso eu mortal,

teu calor achava puro, achava eterno,

mas fiquei acanhado e subalterno

ao flagelo da nevasca boreal?

Não sabias que perante a sua sageza

quando chega de novo a primavera

flora apenas regozija na biosfera

revelando quanto sábia é Natureza?

Não sabia que nós seres humanos

findada que será a juventude

teremos só tristeza e solitude

pois da cinza desde sempre somos manos?

Esse inverno será final mazela

com sua neve abafando a minha dor

e da vida que anelou com tanto ardor

vai apagar-se a última parcela.

(Richard Foxe)

Primavera tão bela dando cor às flores

estação de cânticos e aromas envolventes

doce inspiração para meus versos em cores,

legítima versão de um mundo transcendente.

Dias claros, um solo quente, florescido,

primavera delirante, do sonho enfático dos poetas

— das noites perfumadas e amor sentido —

— alusão ao verso, minha intuição secreta. 

Árvores desfolhadas, sons incandescentes

o outono da saudade e da paixão ardente

entre folhas suspensas e ventos irreverentes,

tapete de folhas secas sob o sol poente.

Adormecer ao som das canções da estação,

— sob um céu anil de fina pureza —

— é delírio, fascínio, é ascensão —

trazendo à mente todas as certezas.

(Verdana Verdannis)

Richard Foxe e Verdana Verdannis
Enviado por Richard Foxe em 05/09/2021
Código do texto: T7335655
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