CANTO SUAVE

A alma é leve

E me transporta

Num vôo breve

Da esperança morta,

Das noites de insônia,

Dos dias em branco,

Do veneno de amônia,

A vestir-me o manto

Da louca insensatez

A mão é um aceno

E não importa

Se é um até breve,

Quem vai sempre volta,

Seja logo ou demore,

Do sereno no rosto,

Do frêmito do resto,

Ao sentir-me insano

Me calo e canto.

Meu canto é suave,

É presença que acalma,

Me traz a certeza

De encontrar tua alma

De eterna beleza,

De um sonho fremente,

Eu aqui sinto

O que tua alma sente.

Meu caminho é reta,

Às vezes atalho,

Que não sigo nunca

Apesar de buscas incessantes

Por algum sentido ou olhar,

De bússolas sem ponteiro,

De águas sem paradeiro

Que me levarão a algum lugar.

E tudo é singular,

Bastando-me a pluralidade

Do teu olhar,

De ti a simplicidade

Do meu amar,

Encontro das águas do mar

Fulminante caminho

Do meu despertar.

Nada é plural,

Nem florais ou punhais

Em começos inacabados,

Simples como mar

Solta como areia,

Ventos ventania

Delirantes sopros

Começar de um novo dia.

Dueto by

Denise Nogueira e Ernani Roberto Quintana Maia,

em 10/11/2007

Despecial
Enviado por Despecial em 11/11/2007
Código do texto: T733140
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