MENINA VENENO (Dueto Poético Angola)

Eu ainda posso lembrar,

Estava na minha, tudo na boa,

Quando de repente você cruzou o meu caminho,

Não, não era bem assim,

Foram os meus olhos firmando-se a ti,

E aí você sorriu, já estava na sua...

Calma aí baby!

Mas quem é você?

O que você fez comigo, assim tão de repente?

Eu sou a sombra que te persegue 

O desejo que te segue 

Sou a menina veneno 

O delírio que te faz ver pequeno 

Tenho garras que te prendem na paixão 

A força que move seu coração 

Sou feroz

Forte como uma foz

Vou te envenenar 

Com meus caprichos te minar.

Minha nossa, senhora dos tubos do oxigénio,

Dê-me ares para suportar...

Tão logo, mas tão logo tinha de ser assim?

Dizes-me seres a sombra que me persegue,

Creio que sim, das noites vejo luzes mais claras,

Embora entre paixões negras,

Esse céu parecendo com estrelas de fogo,

Tornaste o meu enigma, meu enigmático desejar...

Entoas a música que ainda não percebo,

Pego o ritmo e danço feito bobo,

Estaria eu enlouquecendo?

Não resisto às suas garras,

Estou preso nessa paixão sei lá.

Ah! Menina veneno,

Então também és uma droga como a pondera?

E ... e se te amar, o que sucederá?

Sou a droga que faz delirar com mistura de paixão 

Enlouqueço seu coração 

Apanho ritmo da música

Sou a musa que te usa 

Sou o enigma 

Quem me decifra 

Cai na minha mira!

Sou a chama que arde sem queimar 

Se quiseres me chama 

Vou fazer-te delirar 

Menina veneno

Te faço perder o oxigénio 

Te sufoco brinco com teu pescoço 

Meu veneno tem adoço.

Deveria amar-te, mas estou tremendo,

Ainda assim te desejando,

Um meio louco apaixonado,

Prossigo, eu sei, talvez esteja drogado

Peguei pesado e estou envenenado.

Entrego-me ao prazer desse vício,

Sei que não mata-me, estou forte,

Eu resisto, eu amo, inspiro,

Sou o tóxico dependente dos teus delírios...

Então seja minha, o teu veneno e a minha inocência,

Vem cá menina veneno,

Use-me se quiser, mas contigo quero ficar,

Seja minha Ary, serei o teu Dany,

Juntos gingar nessa roda!

Já que não sou imortal,

Prefero morrer nas teias do teu veneno.

Sou perigosa 

Muito habilidosa 

Te envolvo nos meus caprichos 

Te papo tipo pincho 

Aqui é papo recto 

Te faço ficar directo 

Não sou uma cobra 

Sou uma menina veneno 

Enrrolo-te em minhas manobras 

Para te fazer uma obra

Sou menina veneno 

O próprio veneno 

Não brinca comigo 

Vou pôr-te de castigo.

Sandro Sebastião e Lukenia Clara
Enviado por Sandro Sebastião em 16/06/2021
Reeditado em 16/06/2021
Código do texto: T7280078
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