Queixa de casaca

Vou dedicar-lhe uma queixa de casaca

Neste dia sombrio - frio - em meio ao verão que há em mim.

Parto com minh'alma

E minha alma desatina...

Rumo, e deixo a mancha molhada com sangue no peito, deixo um rastro de minhas verborreias noturnas.

As flores selvagens e puras que não descrevem minha fragrância.

Uma taça de vinho venho a deixar-lhe.

Caso chegue a embebedar-se

Feche a torneira da pupila para não se afogar em lágrimas.

Rasgue meio a esmo a cortina dos olhos ou o pano da pia da vida

Para que enxugue a maçã do rosto.

Ah guria! Não sejas assim, tão cheia de nada e tão vazia de tudo.

Cospe o que te deixa aflita, cospe o fel da língua, cospe a cor da dor na parede, e dela não deixe secar a tinta.

E se algo te deixar mais puta.

Beba...beba e cuspa!