NEGRITUDE de Iratan Curvello (São José, SC) & Nina Costa (Mimoso do Sul-ES)
Ainda sinto exalando da terra
O sangue dos nossos irmãos,
Nas veias do chão, banhando a alma
Sementes de injúria e expropriação,
De reis e rainhas trazidos sem pena
À terra Brasilis, tupi guarani.
O som dos Palmares ressoa em mim.
Ainda ouço no solo brasileiro
O ecoar dos tambores Nagô,
O grito forte da ancestralidade,
No sonho do guerreiro Zumbi,
Na nossa sina de sempre lutar
Pela NEGRITUDE que está ai
Clamando pela tal liberdade.
Ainda vejo a força da Mãe-África
Buscando seus povos, sua identidade,
Da luta, da raça, da perseverança
Em sua diáspora, um novo devir
Acalentando este velho sonho
No olhar negro com muito axé,
Na certeza que a liberdade há de vir
Pois confiamos na força e na fé!