ESCOLHAS
VOLTA POR CIMA



Nesse espaço em que estou
Preso a um cadafalso
entre sombras, entre luzes
Em que turvo é o tempo
num mundo que soçobrou
Pedras em meu percalço
morrem cruzes, sobram festas
Do melhor que há em mim
surgem novas alianças.
Renovado, de amor me calço
São lixadas as arestas
Reabrindo as cortinas
e criadas novas danças
No procênio do palco
em leves coreografias
Conexos enredos
construindo em seu efeito
Vencendo, não me falto
um composto de alegrias
Agitando alegorias
que crescem meio sem jeito
A felicidade em meu encalço
devagar, sem muita pressa.
Em cores e vestes de um novo amanhã
Essas festas permanentes
Longe do ser falso
Eu sei bem que a vida é essa
Uma metamorfose do bem,
Escolha em que consentes...
Mudo-me em mim, amor causo.

Bartira
Gilnei Nepomuceno