"DEVANEIOS"
Eleva-me o calor da pele, transpiro
toda e mais sanguínea que a citrus sinensis regresso-me:
na escassa fissura entre o existir e o óbito
aparento-me estar
como se a minha posição estivesse imprecisa
num subsistir apaixonado espantando o frio;
na razão simultânea de risos e lágrimas.
Se me indaga o pensamento digo:
sinto uma desordem na alma,
uma ânsia de lonjuras,
uma vista para o mar,
uma espera que me encerra no delírio de amar,
num conserto de soletrar palavras, ato reparável no acerto
da minha intimidade,
como se a terra chegasse ao céu voando,
e, um ser salgado por acaso
me
tocasse
entre os ossos,
segredasse ardentemente aos meus ouvidos,
e me incitasse durante o sono.
Assim, ao sentir tudo isto, gravei-te no meu peito,
e num momento de ascensão poderia ser torrente
a jorrar no calor das tuas mãos trêmulas, acariciando-me
o corpo, e na carne dos teus lábios sucumbindo a minha
língua,
caminharia nos sonhos,
e morderia a mobilidade da tua arte,
entre selfies radiográficas a desfocar-me o rosto,
por digitais impressas que salientam o meu corpo em
chamas
num reparo de amor e pecado,
a manchar-me de fino trato,
como a brancura do esquecimento de te amar.
Solange Damião. (DEVANEIO)
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Me perdi nas entrelinhas, não sei,
se as tuas ou do poema...
Confesso,
vaguearei por aqui perdido...
Não quero,
ou que me guie, eu preciso...
Deixa-me tatear na Pele,
as curvas deste caminho...
Nem te preocupes,
caso demore...
E o êxtase,
ou o sono te roube...
Pois não tenho pressa,
quando me perco...
Contemplarei a paisagem...
Enquanto procuro, o Norte...
E lá estará a fonte,
de água cristalina...
Onde me embriagarei,
saciando a sede...
Então descansarei...
Meu corpo...
Em alguma curva qualquer,
que me encoste...
E pela manhã,
aos primeiros raios do Sol...
Me encontre,
me acorde...
Então percorreremos,
todo o caminho de volta..!
Bene