Diário
O DIÁRIO
Na constante insistente mutação dos dias, na folia das auroras discernindo os caminhos no cerne do caderno, o meio do medo do fim, outrossim, o olhar o início das folhas, amarelecidas folhas folhadas, folheadas de lágrimas no ouro da alma, a rebuscada, rebuscada letra no carmim da lata enferrujada ..
Enfeitado de palavras enevoadas
De escritos rotineiros,,
Retrata uma vida passageira , de um passageiro nostálgico…
Que derrama em suas folhas envelhecidas, sentimentos de um coração que toca sua canção descompassada...
Com notas por vezes arrependidas de uma vida vivida, sentida.
E na ponta da caneta tinteiro, nascem frases de auroras florescidas, de ocasos adormecidos...
Haverá um momento ,
sem espaço, sem tempo.
Haverá um horário...
Onde alguém estará a folhear
Um velho diário ...
Julio Motta e Ana Luzia Moura
Outono/2020