SOMBRAS DO PASSADO (Dueto com Miriam Torres)
Nem tente entender meus sentimentos,
Não lhe será possível,
São tormentos meus,
Um cáos indefinível.
Já sem forças, deixo o desânimo entrar,
Tomar conta da minha alma
E nem caminho mais,
Foi-se a calma.
Imóvel no meu canto,
A cultivar lembranças...
No escuro, não vejo,
Nem alimento esperanças,
Não cobro melhoras
De mim, ou do destino.
Nesse instante não sou nada,
Um vazio se estabeleceu.
As lembranças foram
Sem que eu percebesse,
As lágrimas estão aqui
No murmúrio de uma prece.
Junto a esse desespero
Agregam-se ilusões,
Tomaram conta do lugar
Que, dantes, abrigava paixões.
Os sonhos estão distantes,
Levados pelas asas do vento,
Quase nem os vejo mais,
A servir-me de alento.
Tento esquecer a dor,
A saudade e o frio,
Que nesse domínio
Inexorável e sombrio
Tomou conta do meu ser
Ao seu inteiro alvedrio.
Já não há emoção
Nas coisas que faço,
Sigo sozinha,
Sou escravo do embaraço.
Vou de um lado pra outro
No pequeno espaço
Do quarto escuro
Que me abriga
Dessa noite fria,
Embora amiga,
Desse dia sombrio
Que me isola e intriga.
Este dueto tem versos alternados, sendo os versos ímpares de Miriam e os pares de Mario.
Bom dia, amigos.
Ótima quinta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.