FOSSE UM SONHO
Fosse um sonho
Era pó...
Que o tempo
Sem dó
Deu um nó...
E uma pedra tornou...
Fosse um sonho
Era nada...
Uma simples risada
De uma boca abissal
De um ser tão bossal...
Fosse sonho e mais nada
Toda a vida seria
Uma história riscada
Com a mão da magia
Fosse isso no entanto
Essa dor tão voraz
A forjar tanto pranto
Não seria real...
Mas então o que parece
Já não nem sei mais o que faço
Pois achei que essa messe
Fosse doce; mais é aço!!!
Esse sonho que me invade
Consumindo-me aos poucos
Tem também quê de saudade
Meus neurônios ficam loucos
Da distância que separa
Desse mar de solidão
Brisa sopra pela cara
Caem lágrimas ao chão...
Essa pedra que impede
Nesse pélago abissal
Eu te quero! E tenho sede
Vem curar-me desse mal!...
ANA MARIA GAZZANEO
GONÇALVES REIS