ALMAS UNIDAS

Nossas almas agasalhadas

Em nossos corpos despidos

Brandindo loucos gemidos

Em longas e ternas noitadas.

Mesmo num tempo de sorte,

Em que atravessamos tão lento

Ainda que num breve momento

Não há eternidade que suporte.

Quando em minh’alma desaguares

Tua vontade límpida e morna

Hás de ver que de alguma forma

Estou vindo de múltiplos lugares.

Renunciarei ao reino se preciso for...

Para ganhar o que me foi prometido

Vou trazer sabor aos teus sentidos

E impregná-los com tanto amor.

Assim, nessa dura, crua, fatigada

Insinuante e agonizante travessia,

Aguarda um novo tempo que inicia

Para minh’alma que jaz imolada.

Isso foi apenas um breve começo.

Siga então, em paz no que faz

Apesar de tudo que ficou pra trás.

Tu me mereces, eu te mereço...

Neste nosso sublime sentimento,

Seja lá o lado por onde você vai,

Não se vire, e não olhe para traz,

Para não ver meu triste lamento...

Nay/Marco