Mater et Filius
- Filho meu, já és um balzaquiano, e não te animas a dar-me um netinho?
- Calma, calma, Mãezinha querida, há muito tempo pela frente...
- Mas ficas andando com essa rapaziada pra baixo e pra cima, e alguns até têm abandonado suas famílias para estarem contigo...
- Sim, minha Mãe, estamos engajados numa obra regeneradora, restauradora dos bons costumes, da moral, do amor ao próximo e, sobretudo do temor ao Pai celestial...
- É verdade tudo isso que vêm dizendo de ti, dos milagres, de tua cativância, de tua serenidade e firmeza?
- O povo fala, não é, Mãe, e vamos vivendo uma nova era...
- Mas e as tuas bodas, quando virão? Já sabes bem o truque do vinho, da multiplicação dos pães e dos peixes...de tal forma que nem de botar a mão na massa, ou de contratar um buffet vamos precisar...
- Nem fale nisso agora, Mamãe, curuz, casamento é uma cruz...!