A SUBLIME ARTE DE FLORBELA ESPANCA E CECÍLIA MEIRELES
Oh, poesia! Fascinante exaltar de pensamentos
exultação na alma que não acalma até expressar
as alegrias finitas e os indesejados lamentos,
que machucam a essência enrubescida de tanto amar.
Nesse universo de amor, saudade, solidão e sofrimento,
Florbela Espanca, viveu entre sonhos e realidade, um apogeu,
a princesa do conto, a poetisa que rebuscava o entendimento,
arfante entre amores, melancolia e na dor que nem sempre doeu.
Permeados de encantamentos são seus eméritos versos
retocados por luas presenciando uma tristeza imensa
lastimosos seus olhos pousados nesse universo,
também vislumbraram a felicidade de paixões intensas.
No palpitar desse coração poético de imensuráveis emoções,
transbordaram inspirações vibrantes e o desejo de ser feliz
refinava o deleite de ter o domínio em suas composições
sobre a plácida ideia por vezes desfazer um momento infeliz.
Jovem e nostálgica ausentou-se dessa vida terrena...
deslizando entre as estrelas que figuravam em seu poetar,
imortal seu nome reflete em cada constelação serena
venerável autora de obras poéticas, que fazem leitores devanear.
( Verdana Verdannis)
Quando a noite mais escura se fazia
encontrei de Cecília um lindo verso
que buscava o Absoluto no Universo
transmutava o sofrimento em agonia.
Se de Krishna- idealmente - foi uma filha
foi de Ghandi ferrenha admiradora;
do planeta cidadã e moradora,
foi mistura de pelágio e de ilha.
Rosas das ondas e da fugaz espuma
cantava o mar com rimas de sereia
e lia na leveza da precária areia
a vã vaidade da volúvel pluma.
Conformada, foi na vida de passagem
atravessando a escuridade feito vento
descobrindo seu sublime lenimento
nos livros Veda da mística mensagem.
Cedo foi-se essa esplêndida figura
da paz amiga e dos seres diminutos
seus versos pelo mundo são arautos:
de amor e resiliência à desventura.
(Richard Foxe)