A SUBLIME ARTE DE CECÍLIA MEIRELES E DE FLORBELA ESPANCA
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Quando a noite mais escura se fazia
encontrei de Cecília um lindo verso
que buscando o Absoluto no universo
transmutava o sofrimento em harmonia.
Se de Krishna –idealmente- foi uma filha
foi de Gandhi ferrenha admiradora;
do planeta cidadã e moradora,
foi mistura de pélago e de ilha.
Rosa das ondas e da fugaz espuma
cantava o mar com rimas de sereia
e lia na leveza da precária areia
a vã vaidade da volúvel pluma.
Conformada, foi na vida de passagem
atravessando a escuridade feito vento,
descobrindo seu sublime lenimento
nos livros Vedas da mística mensagem.
Cedo foi-se essa esplêndida figura
da paz amiga e dos seres diminutos:
-seus versos pelo mundo são arautos
de amor e resiliência à desventura.
(Richard Foxe)
Oh, poesia! Fascinante exaltar de pensamentos
Exultação na alma que não acalma até expressar
As alegrias finitas e os indesejados lamentos
Que machucam a essência enrubescida de tanto amar.
Nesse universo de amor, saudade, solidão e sofrimento,
Florbela Espanca viveu entre sonhos e realidade, um apogeu
A princesa do conto, a poetisa que rebuscava o entendimento
Arfante entre amores, melancolia e na dor que nem sempre doeu.
Permeados de encantamentos são seus eméritos versos
Retocados por luas presenciando uma tristeza imensa
Lastimosos seus olhos pousados nesse universo
Também vislumbraram a felicidade de paixões intensas.
No palpitar desse coração poético de imensuráveis emoções
Transbordaram inspirações vibrantes e o desejo de ser feliz
Refinava o deleite de ter o domínio em suas composições
Sobre a plácida ideia por vezes desfazer um momento infeliz.
Jovem e nostálgica ausentou-se dessa vida terrena
Deslizando entre as estrelas que figuravam em seu poetar
Imortal seu nome reflete em cada constelação serena
Venerável autora de obras poéticas, que fazem leitores devanear.
(Verdana Verdannis)